sábado, 20 de dezembro de 2008

Histórias possíveis, edição especial

A HP natalina está no ar: sob a regência de André de Leones, com colaboradores e convidados e cada figura em movimento, chegamos à Edição número 32, com este Especial de Natal.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Canos, bondes e formigas.


Abrir um livro: como é deixar a casa de sempre, para entrar noutra casa? Transportar de um lugar ao outro. Transportar-se de um lugar ao outro. O que vai com você? O que se leva? Para o sertão que está dentro e fora, as palavras. Buracos que poderão tapar-se, mas que aparecem em outro lugar, espichando um caminho e outro. Arriscamo-nos sempre um pouco mais, um pouco mais além... viver é muito perigoso... e na tentação a fronteira se estende. Através de canos, bondes e formigas.

Aqui falo do enigma - e o enigma, no sentido heideggeriano, do desvelamento, que não é para ser decifrado, mas para ser olhado. A insistência de uma imagem e a repetição que a faz outra. Constante revelar-se diante da coisa, onde quem olha se revela também. A instalação desse espaço e tempo, a partir do leitor e do livro.

Enredamo-nos na palavra, enquanto o poeta começa a falar de cada uma das insignificâncias de nossa vida cotidiana, ou simplesmente enumerá-las:

coisas importantes como canos, bondes e formigas.


Quadro de Paul Klee, Blaue Blume

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Prelúdios no Dragão do Mar.



Prelúdios -
em quatro caixas de lembranças e uma canção de amor desfeito – esteve em Fortaleza no projeto enCENAção, no teatro do Centro Cultural Dragão do Mar.
As diversas linguagens teatrais encontraram-se agora em setembro, com apresentação das peças "Por Elise" do grupo Espanca! e "Um Molière Imagi-nário" do grupo Galpão.




















sábado, 30 de agosto de 2008

A tarefa do tradutor




Aqui algo se faz ouvir, algo soa no ar, escuro e silencioso às margens, no centro penetrante e iluminado. O tempo aqui é um espaço. As cores, assim como os tons, florescem.

Blühendes... Paul Klee .


O evento na ABL, "A tarefa do tradutor", reuniu escritores contemporâneos de língua alemã e tradutores, poetas e músicos da Alemanha.


"O evento dá continuidade à parceria do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro com o Instituto Goethe e a Academia Brasileira de Letras e rende homenagem a Ray-Güde Mertin (in memoriam) que iniciou em 1996 no Instituto Goethe uma série de encontros com tradutores alemães e brasileiros".


Fui convidada para participar do projeto por Johannes Kretschmer, o que acabou sendo uma experiência intensa, difícil e maravilhosa. Poema e textos de Klee e sobre Klee. "A traduzibilidade das artes: Paul Klee e a música" é um projeto de Katharina Kegler, da Escola Superior de Música de Freiburg.

Acabamos indo de encontro ao que é a tarefa do tradutor... nas intuições de Walter Benjamim, o papel do tradutor como leitor privilegiado e a tradução como “entre-lugar”... espaço entre línguas e culturas.



segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Leminski, no meio do caminho entre Rio e Colorado

Incenso Fosse Música

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além


O título do livro (onde está o Leminski) é outro presente.

distraídos
venceremos

(ed. Brasiliense, 1987)


Na arte do palhaço vou aprendendo a não me levar tão a sério. É o primeiro passo. É coisa para se lembrar sempre. Isto que eu acho genial no palhaço: o erro, o tropeço, é o que move a cena. É ter liberdade para ser o que a gente é.

sábado, 16 de agosto de 2008

Uma canção de aniversário.

Feliz aniversário! Parabéns.

Paradjianov, livros e música.

Brilhando ao vento,pequena ao vento. Folha, vento e cócegas.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

"The more we know, the less we know".


Ter poucas certezas, estar ali, abrir o espaço de ver, ouvir... O que é o tempo? Uma desculpa, apenas. Para esculpir, dançar, escrever, deixar aparecer o espaço, as cores, o tempo.
O quadro é de Paul Klee... "Caminhos principais e caminhos secundários".

terça-feira, 8 de julho de 2008

Galeria: Retratos. Lá na Laura Alvim

Na noite da apresentação do espetáculo “Prelúdios” no Salão Carioca de Humor, Clau Pavesi estava lá no escuro, fotografando. Preocupado em não fazer barulho, ainda se desculpa pelo belo ensaio. Conheci o Clau fotografando o circo, mas ele tem ensaios sobres vários temas. Em "Trabalhos" tem também o Gigantes da Lira, no espetáculo da Fundição Progresso.

sábado, 21 de junho de 2008

"Prelúdios" na Laura Alvim - Salão Carioca de Humor

Duas boas notícias:

Histórias Possíveis já vai para o número 22!

Enquanto isso, preparo minha apresentação no Salão Carioca de Humor.



O espetáculo chama-se Prelúdios.

Será na segunda-feira, dia 23, às 20hs,
na Casa de Cultura Laura Alvim..!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mais Histórias Possíveis

Também no ar a nova edição, número 19.

Com os escritores Henrique Rodrigues, Maurício Melo Júnior, Nereu Afonso da Silva.

E convidada especialmente, Adriana Lisboa.

sábado, 17 de maio de 2008

A folha no está no ar...

Ah, sim, Histórias Possíveis em sua Edição número 18!

Rubinstein plays Brahms Capriccio

Olá amigos, depois de um tempo fora, volto ao som de um Capriccio...

It’s simply that I have seen too little of you lately!

sábado, 3 de maio de 2008

Apenas céu e vento. Большой Детский Хор СССР.

O grande coro de crianças... O futuro: apenas céu e vento, diz a música, e alegria diante de nós.

O vídeo é admirável. As crianças, algumas de fato concentradas na música, outras com ar de quem faz pose... Mas a solista, ela vê o que está cantando e reparte isso com o coro e o público. Uma verdadeira artista. A platéia dá o tom maior, desengonçado, contente, no balanço de ornamentos de papel, ao som do refrão.

Zametchátelno.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Histórias possíveis...

Atenção, atenção!!!
Histórias Possíveis de novo no ar.
Os autores desta semana são:
Henrique Rodrigues, Maurício Melo Júnior, Nereu Afonso da Silva.

Basta clicar na tenda para entrar na revista. Uma pequena homenagem, um dos contos nos remete às ruas... e ao que ali ainda pode nos surpreender...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Galeria. Retratos: Maria Helena Kühner e o Catálogo de Dramaturgia Brasileira

Café-teatro, circo-teatro, comédia alegórica, dramática ou policial, drama farsesco, histórico, lírico, regional... Fábula poética, histórica, farsa cordelesca. Teatro de bonecos, peça radiofônica, roteiro poético musical...


Apenas ler a catalogação já é um acontecimento.

Pode-se buscar a peça por autor e título, número de personagens femininos, masculinos, gênero e forma...

Criado por Maria Helena Kühner, o Catálogo de Dramaturgia Brasileira recebeu o Prêmio Shell de Teatro em 2006, na Categoria Especial.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Histórias Possíveis

Mais uma edição de Histórias Possíveis está no ar. Contos de André de Leones, Prisca Augustoni, Susana Fuentes e Sofia Stransky .

domingo, 20 de abril de 2008

Espelho

Título do vídeo: Espelho.
Poema "irreconhecimento", de Celina Portocarrero, em interpretação livre.

O poema está na página 46 do livro Retro-Retratos e é dedicado a Angela Carneiro. (Rio de Janeiro: 7 Letras,2007)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Um quadro no meio do jardim

Deixo aqui um convite para lerem meu conto na revista do Sesc de São Paulo.

Basta entrar na Revista E e clicar em ficção inédita (13).

Lá está, "Um quadro no meio do jardim".

terça-feira, 8 de abril de 2008

Galeria: Retratos. Selma Egrei. Sirimim.


Volto ao Blog nas águas do rio Sirimim, em sua passagem pelo Rio de Janeiro. Não me esqueço da rara oportunidade de ver a peça “Sirimim”: a leitura precisa e sensível de Selma Egrei do universo de Guimarães Rosa. Foi encenada duas noites no Baukurs, no Jardim Botânico e na Barra, como um presente. Prêmio de Teatro Myriam Muniz, cumpriu temporada em São Paulo. Só mesmo num lugar assim: Thea, a diretora do Baukurs, sabe reunir pessoas incríveis neste espaço cultural Brasil-Alemanha.


Para invenção do rio Sirimim em cena, palavra e gesto numa união emocionante: Selma Egrei inventa pessoas, bichos, histórias ao longo do seu leito.

Ontem voltei do cinema e vi Selma Egrei em personagem que fala a partir de um retrato. É sua aparição surpresa como a “Falecida”, no filme Chega de Saudade, de Laís Bodanzky. É mais um presente do filme, repleto de pérolas nas interpretações fantásticas do elenco.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Papéis, a..penas... papéis.



Na cena sou vista e vejo também: a vida da cena, dos objetos. Deslizo, perigosamente, como um corpo que deixasse de protagonizar seu próprio enterro. Esse é o lado que escreve. Saio da cena direto para o burburinho da sala. Como se num espanto acompanhasse o amigo querido – por que chora? – no seu gesto de inclinar-se sobre o caixão.
Rápida, volto em seguida, no tropeço entre uma casa e outra. Mas vale o risco. Atuar, escrever, intercalar papéis, inventar papéis. Transitar entre duas casas é também deixar pistas. Como acordar do sonho e encontrar um bilhete que só no sonho eu poderia ter escrito. Depois disso, como tarda a noite a chegar. Aumenta o tempo de espera até avistar na penumbra: lá vem o sonho outra vez.