sábado, 20 de dezembro de 2008

Histórias possíveis, edição especial

A HP natalina está no ar: sob a regência de André de Leones, com colaboradores e convidados e cada figura em movimento, chegamos à Edição número 32, com este Especial de Natal.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Canos, bondes e formigas.


Abrir um livro: como é deixar a casa de sempre, para entrar noutra casa? Transportar de um lugar ao outro. Transportar-se de um lugar ao outro. O que vai com você? O que se leva? Para o sertão que está dentro e fora, as palavras. Buracos que poderão tapar-se, mas que aparecem em outro lugar, espichando um caminho e outro. Arriscamo-nos sempre um pouco mais, um pouco mais além... viver é muito perigoso... e na tentação a fronteira se estende. Através de canos, bondes e formigas.

Aqui falo do enigma - e o enigma, no sentido heideggeriano, do desvelamento, que não é para ser decifrado, mas para ser olhado. A insistência de uma imagem e a repetição que a faz outra. Constante revelar-se diante da coisa, onde quem olha se revela também. A instalação desse espaço e tempo, a partir do leitor e do livro.

Enredamo-nos na palavra, enquanto o poeta começa a falar de cada uma das insignificâncias de nossa vida cotidiana, ou simplesmente enumerá-las:

coisas importantes como canos, bondes e formigas.


Quadro de Paul Klee, Blaue Blume